A Gerente de Educação Cristiane Teresinha
esteve reunida com os educadores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da
Rede Municipal de Ensino de Itaporã na última quarta-feira (13/02/2019).
A grande temática foram as apresentações das
abordagens de ensino com relação as mudanças através da BNCC (Base Nacional
Comum Curricular).
Para fazer download do Referencial Curricular- Anos Iniciais REME/2019 clique aqui!!!!
Para fazer o download do Planejamento Off Line- Rede Municipal de Ensino/2019 clique aqui!!!!!
Assim como a BNCC da Educação Infantil, a BNCC Ensino Fundamental
− Anos Iniciais e Finais deve ser implementada nas escolas de todo o Brasil até
o ano de 2020. Mas a partir de 2019, as mudanças já começam a aparecer nos
materiais didáticos, nos Projetos Políticos Pedagógicos das instituições e na
rotina escolar como um todo.
Qual a abordagem pedagógica da BNCC Ensino Fundamental – Anos
Iniciais?
Diferente da Educação Infantil, a proposta da BNCC Ensino
Fundamental − Anos Iniciais é a progressão das múltiplas aprendizagens,
articulando o trabalho com as experiências anteriores e valorizando as situações lúdicas de aprendizagem.
Segundo o documento da BNCC: Tal articulação precisa prever tanto a
progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos
alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e
formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar
conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. (BNCC)
Portanto, ao compreender as mudanças no processo de
desenvolvimento da criança − como a maior autonomia nos movimentos e a
afirmação de sua identidade − a BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais propõe
o estímulo ao pensamento lógico, criativo e crítico, bem como sua capacidade de
perguntar, argumentar, interagir e ampliar sua compreensão do mundo.
A seguir estaremos disponibilizando os slides que foram compartilhados no 3º dia da Semana Pedagógica na Rede municipal de Ensino de Itaporã/MS.
O que a BNCC propõe para
a alfabetização?
BNCC se assemelha aos PCNs quando assume a perspectiva
enunciativa discursiva de linguagem,
reconhecendo que ela é uma atividade humana e faz parte de um processo de
interação entre os sujeitos. A linguagem se materializa em práticas
sociais, com objetivo e intenção. Por essa razão estabelece a centralidade
no texto como unidade de trabalho e indica a necessidade de sempre
considerar a função social dos textos utilizados.
Durante a alfabetização, isso sinaliza para a
importância de que os alunos trabalhem com textos reais – e não exclusivamente
criados para o trabalho escolar como “Ivo viu a uva”.
O documento também aponta para uma
continuidade do que é feito na Educação Infantil, deixando mais claro
que há uma ponte entre os dois segmentos. É preciso compreender que ambos estão
interligados e, nos anos iniciais do Fundamental, será possível intensificar e
estruturar as experiências com a língua oral e escrita iniciadas na Educação
Infantil.
A BNCC reconhece
a especificidade da alfabetização e propõe a mescla de duas linhas de
ensino: a primeira indica para a centralidade do texto e para o trabalho com as práticas
sociais de leitura e escrita, a segunda soma a isso o planejamento de
atividades que permitam aos alunos refletir sobre o
sistema de
escrita alfabética (estudar,
por exemplo, as relações entre sons e letras e
investigar com quantas e quais letras se escreve uma palavra, e onde elas devem
estar posicionadas ou como se organizam as sílabas).
Ao assumir essa
postura, o documento considera as contribuições da perspectiva
construtivista, principalmente
os estudos sobre os processos pelos quais as
crianças passam para se apropriar da escrita. Mas também aponta ser
preciso um trabalho com a consciência fonológica e com conhecimento das
letras para ajudar a criança a evoluir em suas hipóteses de escrita.
O ano de
escolaridade limite para uma pessoa aprender a ler e escrever foi uma das questões
mais discutidas durante a elaboração da BNCC. O Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), que é a diretriz anterior, coloca
como prazo-limite o 3º ano. A BNCC antecipou para o 2º ano e aponta que, no
3º ano, o processo continua com mais foco na ortografia.
Novidade
importante trazida pela BNCC, os campos de atuação representam, na
organização do documento, papel de eixo estruturante tanto quanto as práticas
de linguagem. Essa opção evidencia a proposta de contextualizar a
construção do conhecimento. A ideia de que as práticas de linguagem estão
na vida social e devem ser levadas à escola em situações reais em que se
fazem necessários seus usos. Para os anos iniciais, são quatro os campos:
vida cotidiana, artístico-literário, práticas de estudo e pesquisa e vida pública.
A ampliação no
uso da tecnologia alterou as práticas de linguagem na sociedade atual.
A BNCC reflete isso ao dar ênfase ao ensino das especificidades
da leitura e da escrita em ambientes digitais, entre outros.
Os gêneros clássicos
(conto, crônica, entrevista, notícia, tirinha, receita etc) estão presentes
no documento, mas ele abriu espaço também a novos gêneros (como
chats, tweets, posts, ezinesetc) e a textos multissemióticos e multimidiáticos, que consideram, além do escrito, imagens estáticas
(fotos, pinturas, ilustrações,
infográficos, desenho) ou em movimento (vídeos, filmes etc) e som (áudios,
música) – componentes que também atribuem significado à mensagem. Para
os anos iniciais, cabe ao professor contribuir para a construção desse
multiletramento e qualificar as produções e a utilização das ferramentas
digitais considerando também os aspectos éticos, estéticos e políticos.
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Língua Portuguesa
A seguir, você encontra um resumo das novidades que a BNCC
introduz na organização do ensino.
Mudanças curriculares sempre geram ansiedade
na escola, especialmente entre o corpo docente. Não seria diferente com a
aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em termos práticos, todas
as escolas da Educação Básica brasileira serão norteadas, de alguma forma, por
esse documento. Baixada a poeira da aprovação da BNCC, ao analisar o que realmente
mudará na nossa prática pedagógica,
vemos que ainda há muitos sinais de
continuidade com o que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) já
defendiam.
O ano de 1998
foi um divisor de águas: com a chegada dos PCNs, um movimento de uniformização
tomou conta das salas de aula do país, respeitando as diversidades e o contexto
de uma nação continental como a nossa. Naquele documento, muitas inovações
estavam presentes e parte delas permanece atual até hoje, são elas que se
mantêm na proposta da BNCC. Lendo ambos os documentos, percebemos que a
concepção de linguagem continua a mesma. Aliás, é a concepção mais moderna e
aceita atualmente, que entende a linguagem como produto da interação social.
Continuamos com o texto como objetivo central do processo de ensino e
aprendizagem de Língua Portuguesa.
Seguimos com as orientações para trabalhar os gêneros
discursivos e seus contextos de produção; desenvolver as práticas escritas e
orais e conduzir a reflexão sobre a linguagem por meio de práticas de análise
linguística. Tudo isso já compunha o norte curricular dos PCNs.
Portanto, professor, professora: pode se
acalmar. Nesses itens, continuamos em um bom caminho. Mas de 1998 até hoje, já
se passaram 20 anos. Uma reforma curricular não poderia ignorar esse período
temporal. Foram 2 décadas de avanços nos estudos sobre ensino de língua e
literatura. Assim, encontramos novos elementos que devem compor as temáticas
das aulas de português. Nesse cenário, vou pontuar três aspectos que chamam
mais a atenção.
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
História
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Geografia
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Inglês
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Matemática
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Ciências
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Arte
BNCC NA PRÁTICA - Tudo que você precisa saber sobre
Educação Física
BRINCADEIRAS E JOGOS
O
que prevê: reúne
as atividades organizadas pelas crianças, que acontecem muitas vezes de forma
voluntária, com regras específicas e um contrato coletivo – em que todos
assumem a responsabilidade de seguir o que foi acordado previamente. Os modos
de brincar e jogar, no entanto, podem mudar em razão dos deslocamentos
ocorridos no tempo e no espaço.
Práticas
que podem ser tematizadas: bolinhas
de gude, amarelinha, elástico, taco, queimadas, pega-pegas etc.
O
que o aluno deve aprender: O
esperado é que o aluno entenda a importância das brincadeiras e jogos para as culturas
humanas, que valorize as atividades lúdicas como um verdadeiro patrimônio da
humanidade. Nas vivências proporcionadas, ele deverá ter a oportunidade de
conhecer diversas expressões de jogos e brincadeiras regionais, nacionais e do
mundo, valorizando e respeitando as diferenças entre as diversas práticas.
Anos do Ensino Fundamental: do 1º ao 7º
ESPORTES
O que
prevê: está relacionada às práticas corporais mais institucionalizadas,
caracterizadas pela presença de regras formais e pelas comparações de
desempenho entre indivíduos ou grupos que competem entre si.
Práticas
que podem ser tematizadas: vôlei, basquete, futebol, arco e flecha, beisebol,
críquete, rúgbi, tênis, squash, entre outros.
O
que o aluno deve aprender: ao final do Ensino Fundamental, o aluno deve estar
preparado para identificar e caracterizar os esportes estudados, reconhecendo
seus elementos comuns e suas transformações históricas. O respeito às regras, a
valorização do trabalho coletivo e o protagonismo para solucionar desafios
também são habilidades que podem ser desenvolvidas nesse âmbito.
Anos
do Ensino Fundamental: do 1º ao 9º
GINÁSTICAS
O
que prevê: engloba as práticas de ginástica geral, de condicionamento físico e
de conscientização corporal. As primeiras têm como elemento organizador a
exploração das possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo. No segundo
grupo aparecem os exercícios corporais orientados à melhoria do rendimento, à
aquisição e à manutenção da condição física ou à modificação da composição
corporal. No terceiro, as práticas que empregam movimentos suaves e lentos, tal
como a recorrência a posturas ou à conscientização de exercícios respiratórios,
voltados para o conhecimento do próprio corpo.
Práticas
que podem ser tematizadas: ginástica artística, rítmica, acrobática, aeróbia,
funcional, pilates, RPG (Reeducação Postural Global), yoga, tai chi chuan etc.
O
que o aluno deve aprender: O ideal é que o estudante saiba identificar os
elementos da ginástica (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias etc.).
As vivências relacionadas às ginásticas devem dar ensejo à reflexão sobre as
estruturas corporais e as potencialidades e limites individuais, bem como a
promoção da saúde.
Anos
do Ensino Fundamental: do 1º ao 9º
DANÇAS
O
que prevê: trata das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos,
com passos ou evoluções específicas, podendo ou não incluir coreografias. Têm
um forte componente histórico, que permite identificar movimentos e ritmos musicais
peculiares a cada uma delas.
Práticas
que podem ser tematizadas: Balé, funk, frevo, samba, jongo, côco, ciranda etc.
O
que o aluno deve aprender: As habilidades relacionadas a essa unidade temática
têm foco no respeito às diferenças culturais, individuais e de desempenho.
Também é importante que o estudante consiga identificar os elementos constitutivos
das danças (gestos, espaços e ritmos) e que possa experimentar o maior número
possível de práticas, valorizando o patrimônio cultural a que estão associadas
– incluindo o patrimônio cultural brasileiro e as matrizes indígenas e
africanas.
Nessa unidade, diferentes danças do contexto
comunitário e regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas)
são objetos de conhecimento; e recriá-las respeitando as diferenças individuais
e de desempenho corporal é mais uma das possibilidades para o trabalho com os
alunos.
Anos
do Ensino Fundamental: 1º ao 9º
LUTAS
O
que prevê: foca as disputas corporais, com emprego de técnicas e estratégias
específicas para imobilizar, atingir ou excluir o oponente de um determinado
espaço, por meio de ações de ataque e defesa.
Práticas
que podem ser tematizadas: além das lutas presentes no contexto comunitário e
regional, é interessante que todos tenham contato com lutas brasileiras, como capoeira,
huka-huka, luta marajoara; e com lutas de diversos países do mundo, como judô,
aikido, jiu jitsu e muay thai.
O
que o aluno deve aprender: é esperado que o aluno experimente algumas lutas e
seja capaz de identificar suas características. Ele deve, ainda, diferenciar
lutas e brigas, refletir sobre o respeito aos colegas nas práticas de contato e
sobre a importância de seguir as normas de segurança, para garantir o próprio
bem-estar.
Anos
do Ensino Fundamental: do 3º ao 9º
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA
O
que prevê: trata das formas de experimentação corporal em ambientes
desafiadores para o praticante, seja na natureza, seja em espaços urbanos.
Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações, como esportes de risco,
esportes alternativos e esportes extremos.
Práticas
que podem ser tematizadas: corrida orientada, corrida de aventura, corrida de
mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo, parkour, skate, patins, bike etc.
O
que o aluno deve aprender: as habilidades relacionadas a essa unidade temática
têm foco na experimentação e nos cuidados com a integridade física e o respeito
ao patrimônio público e natural. O aluno também deve ser estimulado a propor
alternativas para as práticas em diversos espaços, dentro e fora do ambiente
escolar, além de ser capaz de identificar a origem e os tipos de práticas de
aventura, bem como suas transformações históricas.
Anos
do Ensino Fundamental: do 6º ao 9º
Fonte:
Cris Teresinha
https://bncc.novaescola.org.br/